Voo noturno:
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Voo noturno –
Numa jornada noturna, o piloto Fabien e seu radiotelegrafista dividem a cabine de um avião que viaja do extremo sul da Argentina para Buenos Aires levando o correio da Patagônia. Passam por estepes desabitadas e por pequenos vilarejos dos quais vislumbram apenas um punhado de minúsculas luzes. Uma forte tempestade os surpreende. Perdem a comunicação com os postos em terra. Em dada hora, percebem-se fora da rota. Soltam seu único sinalizador para ver se enxergam algo que possa os orientar. “O sinalizador se inflamou, rodopiou, iluminou uma planície e apagou-se: era o mar.”
No escritório em Buenos Aires, o chefe Rivière, que implementou os voos noturnos, é um homem duro que norteia sua vida e seu comando pelo sentido de dever. Essa dureza não implica em insensibilidade ou desrespeito, ela é um pilar necessário para que as tarefas fossem realizadas. Estabelece-se uma relação pautada não apenas pelo dever, mas pela coragem e admiração. A coragem de Rivière de lançar seus pilotos a voos nem sempre seguros, a coragem dos pilotos de voar. A certa altura, Rivière fala para o inspetor Robineau, “Ame aqueles que o senhor comanda. Mas sem lhes dizer”. Se cada indivíduo é formado por um complexo de relações humanas, é na solidão que por vezes os personagens encontram algum refúgio, nesta delicada e forte história em que tensão e reflexão conseguem atingir uma sintonia ímpar.
Voo noturno, de 1931, que revelou ao mundo Antoine de Saint-Exupéry, ganha nova tradução de Mônica Cristina Corrêa, grande especialista no autor e em sua obra.
Especificação: Voo noturno:
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