Partida:
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Partida –
Partida é o segundo texto para o teatro da atriz, diretora teatral e dramaturga Inez Viana, autora de A última peça (2018). Em cena, duas artistas conversam sobre a peça que pretendem criar. A inspiração é uma carta, encontrada depois de 30 anos, escrita pela mãe de uma das personagens, na qual ela termina um relacionamento após assistir, em 1999, ao espetáculo Partido, adaptação do livro O visconde partido ao meio, de Italo Calvino, pelo Grupo Galpão. Permeada por marcos de tempos múltiplos, do país e do mundo, Partida investiga com humor e graça o poder da arte e do teatro na vida de cada um. O livro conta com textos de Marcio Abreu e Inês Peixoto e posfácios de Denise Stutz e Bem Medeiros, idealizadora e produtor da peça, que é dirigida por Debora Lamm.
“Em meio à pandemia, quando a morte era a questão, Partida sugeriu e sugere vida no interior da linguagem, abrindo acesso ao imaginário não apenas como refúgio, mas como território: lugar de criação e de vida”, Marcio Abreu.
“O moto-contínuo da arte nos surpreende sempre. O poder da arte de germinar em alguém e brotar transmutada em outra semente. ‘Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.’ Eu diria que essa beleza alquímica expressa por Lavoisier faz parte da essência do teatro. […] Uma mulher se moveu após assistir o Galpão e uma carta estava movendo três mulheres artistas a um processo criativo”, Inês Peixoto.
Trechos
“INEZ: Mas na carta não fala qual cena gerou a epifania, o momento em que caiu a ficha pra ela, pra mãe de uma de nós duas aqui. Só fala que ela estava assistindo à peça e resolveu terminar o relacionamento com o amante. Ela tinha 74 anos. Ele, 44.
DENISE: De verdade, ela não queria terminar, não. Gostava dele, ainda. Mas precisava mudar, ir além, e viu isso naquele dia, assistindo àquela peça. Ele era 30 anos mais jovem que ela, mas não foi esse o motivo.
INEZ: Essa é a história de um romance de uma mulher de 74 anos interrompido durante uma peça de teatro.”
“DENISE: Cena 4. Tapadeiras cruzam o palco, manipuladas pelos próprios atores. O menino passeia por elas e segue lendo o livro, contando a história. Aparece o visconde: ‘Você está vendo, menino? Que se pudesse partir ao meio toda coisa inteira, que todos pudessem sair de sua obtusa e ignorante inteireza…’ — me pergunto se ela já não se sente partida ali — ‘a sala de um teatro é um lugar muito perigoso. Juntam-se pessoas, energias diferentes fluem soltas…’, escreveu na carta.”
Sobre a autora
A carioca Inez Viana, nascida em 1965, é atriz e diretora teatral, com bacharelado em Artes e pós-graduação em direção artística pelo Instituto CAL, no Rio de Janeiro. Em 2010, foi uma das fundadoras da Cia OmondÉ, com oito peças montadas, sendo quatro publicadas pela Editora Cobogó: Mata teu pai (2017), de Grace Passô, Infância, tiros e plumas (2015), de Jô Bilac, Nem mesmo todo o oceano (2013), de Alcione Araújo com adaptação de Inez Viana, e Os mamutes (2012), de Jô Bilac. Dirigiu mais de 18 peças e em 2007 estreou o solo A mulher que escreveu a Bíblia, adaptação de Thereza Falcão para o romance de Moacyr Scliar. Em 2015, participou de Krum, de Hanoch Levin, sob direção de Marcio Abreu e, em 2017, de Nu de botas, de Antônio Prata, sob direção de Cristina Moura. Dirigiu o documentário Cavalgada à Pedra do Reino (2000), em que o narrador principal é o escritor Ariano Suassuna. Produziu o Primeiro Festival Ariano Suassuna (2001, RJ), o Encontro com Ariano Suassuna (parceria com o Sesc Rio, 2004) e fez a curadoria artística dos 80 anos do escritor, num evento produzido pela Sarau Agência de Cultura, no qual ele ministrou uma aula-espetáculo no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Obteve três indicações ao prêmio Shell (uma de melhor atriz e duas de melhor direção), duas ao Prêmio APTR (uma de melhor atriz e uma de melhor direção), uma ao prêmio Questão de Crítica (melhor direção), ganhou dois prêmios Contigo de melhor espetáculo, um prêmio Questão de Crítica por melhor elenco, um prêmio Qualidade Brasil de melhor atriz e um prêmio FITA de melhor direção. Publicou seu primeiro texto de dramaturgia, A última peça, pela Editora Cobogó, em 2018. Partida é seu segundo texto de dramaturgia.
Sobre a coleção
A Coleção Dramaturgia publica, desde 2012, textos de dramaturgos da cena teatral brasileira e internacional. Os livros colaboram com o debate e a construção da memória do teatro do nosso tempo, marcando um novo registro do cenário da dramaturgia contemporânea. Em 2015, a Cobogó lançou ainda a Coleção Dramaturgia Espanhola, mais tarde a Coleção Dramaturgia Francesa (2019) e a Coleção Dramaturgia Holandesa (2022). A Coleção Dramaturgia possui mais de 100 títulos publicados, diversas peças premiadas, de mais de 70 importantes autores teatrais.
Especificação: Partida:
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