Sangue, ossos e terras: os mortos e a ocupação do território luso-brasileiro (séculos XVI e XVII)
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Sangue, ossos e terras – os mortos e a ocupação do território luso-brasileiro (séculos XVI e XVII)
Os mortos e a ocupação do território luso-brasileiro
Sangue, ossos e terras traz a criativa hipótese de que compreender a ocupação do território da América pelos portugueses pressupõe estudar um grupo de pessoas que raramente leva-se em conta nas pesquisas: os mortos.
O livro trata os mortos com a mesma deferência que a sociedade dos séculos XVI e XVII lhes dedicava. Muito diferente dos nossos defuntos atuais, sujos, segregados e ocultados, naquele tempo eles eram considerados quase como um extrato da sociedade, com o qual os vivos lidavam cotidianamente, negociavam, pediam, ofereciam, temiam. Assim, o livro define a integração entre o religioso e o social como porta de entrada para a compreensão daquele mundo, onde não havia dúvida de que a força maior de construção da realidade era a providência divina. Deus comandava e controlava todas as coisas, tudo estava em suas mãos. A vida material era, portanto, a revelação de uma dimensão espiritual, sem qualquer questionamento.
Ao olhar o território da América Portuguesa sob a perspectiva da morte e dos mortos, Renato Cymbalista inscreve-se de forma original tanto no debate sobre a cidade colonial como na discussão mais ampla sobre os ainda obscuros dois primeiros séculos de colonização. Faz isso com um olho no passado e outro no presente, sem perder a dimensão propositiva que traz de sua formação de arquiteto e urbanista. Segundo o autor, o exercício de adentrar a realidade religiosa dos séculos XVI e XVII pode ser bastante instrumental para nossa ação contemporânea.
RENATO CYMBALISTA é arquiteto e urbanista (FAU – USP), doutor em Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo (FAU – USP).
Especificação: Sangue, ossos e terras: os mortos e a ocupação do território luso-brasileiro (séculos XVI e XVII)
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