Paloma Bosquê: Matéria:
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Paloma Bosquê: Matéria –
O trabalho de Paloma Bosquê parte da investigação da transformação da matéria e sua dimensão tátil – textura, densidade, equilíbrio – para combinar elementos orgânicos e inorgânicos em formas e signos que questionam os limites entre o natural e o artificial. Realizadas a partir de materiais como pedra, gesso, lã, fibra de algodão, cera de abelha, tripa de colágeno e metais diversos, as esculturas e colagens de Bosquê são a base do livro Matéria. A edição bilingue traz, além de imagens das obras, um ensaio da curadora e escritora Catalina Lozano e uma conversa da curadora Fernanda Brenner com a artista.
O trabalho de Paloma Bosquê busca o conhecimento a partir do oposto, do espelho, vislumbrando o mistério da existência por meio da a exploração do corpo. Na entrevista a Fernanda Brenner, a artista explica que da dimensão tátil lhe interessa o que é tangível: a corporeidade como a parte apreensível do mundo. Para ela, a materialidade dos corpos nos oferece um vislumbre do mistério que nos constitui.
A publicação apresenta ainda, ao longo das páginas, pequenos textos de autoria da artista, que dialogam com suas obras. Ao longo de 2020, a mudança de ritmo imposta pela pandemia fez Paloma Bosquê se debruçar sobre alguns escritos antigos, escrever novos e se dedicar a organizá-los. Para Catalina Lozano, a obra de Paloma escapa à legibilidade, se dirigindo a outras funções do nosso corpo, mas “a fluidez de sua linguagem escrita corre paralelamente às maneiras como suas obras tomam forma, crescem, criam um espaço ou se misturam umas às outras”.
Sobre a artista
Paloma Bosquê nasceu em Garça, interior de São Paulo, em 1982. Sua prática artística parte da investigação da materialidade para questionar o lugar do visível como elemento definidor da realidade. Em suas esculturas e instalações a matéria funciona como canal de acesso para uma dimensão que se encontra para além da linguagem. Suas exposições recentes incluem noite não noite sim, Mendes Wood DM, São Paulo (2020), Dark Matter, Blum and Poe, Tóquio (2020), In the Hot Sun of a Christmas Day, Mendes Wood DM, Nova York (2019), Inventário, Mendes Wood DM, Bruxelas (2018), O Oco e a Emenda, Museu da cidade, Lisboa (2017), Campo, Mendes Wood DM, São Paulo (2016) e O Incômodo, Pivô, São Paulo (2015).
Sobre as autoras
Catalina Lozano nasceu em Bogotá, em 1979. É pesquisadora e curadora independente, vive na cidade do México. A análise de narrativas coloniais e a desconstrução da divisão moderna entre natureza e cultura são pontos de partida para muitos de seus projetos curatoriais e editoriais recentes.
Fernanda Brenner nasceu em São Paulo, em 1986. É curadora e escritora. Fundadora e diretora artística do Pivô, em São Paulo, espaço expositivo em que trabalha com artistas de diversos contextos e gerações promovendo exposições, projetos comissionados e residências artísticas. É também editora colaboradora da revista Frieze e consultora para América Latina da Kadist, em São Francisco e Paris.
Trechos:
“No trabalho de Paloma, há uma tensão entre esse fluxo da matéria em transformação – seu interesse por processos de mudança biológicos e psicológicos e pela forma que um trabalho pode alcançar. Ela está interessada em como a matéria se prolifera, como se alimenta de outras fontes, como se vincula e desvincula de corpos que estão vivendo e morrendo, mas também em como eles podem repousar enquanto ainda pulsam.” (Catalina Lozano)
“Para mim, a matéria é um índice do mistério que constitui todas as coisas. É como se, a partir do fato palpável, da presença física, pudéssemos ter um canal de acesso a essa outra dimensão mais difícil de nomear e de conhecer, que eu estou chamando de mistério. Acredito que a materialidade dos corpos nos ofereça um pequeno vislumbre do mistério que nos constitui, e é essa parte, a imaterial, que nós dividimos com tudo que está ao nosso redor. O mistério é o nosso ponto comum.” (Paloma Bosquê)
Especificação: Paloma Bosquê: Matéria:
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