Os caminhos do trauma: em Nicolas Abraham e Maria Torok
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Os caminhos do trauma – em Nicolas Abraham e Maria Torok
Assim emergem amor e ódio e, posteriormente, o Eu; ama-se o outro introjetado no auto-erotismo e que permite a elaboração narcísica. Como processo secundário, dá-se a projeção, que é uma passagem ao dualismo, à constituição da “malícia das coisas”, à vivenciação da realidade. Portanto, se o Eu só emerge desde a distinção entre o vivido subjetivo e o percebido, afirma-se uma inseparabilidade entre o fora e o dentro do psiquismo. Se se expulsa o que está fora e resiste, ele também é parte do Eu; a identificação com o agressor é um processo constitutivo das gerações que se sucedem. Como ensinam Abraham e Torok, o trauma é um destino necessário para os afetos múltiplos do que se constitui como subjetivação. O processo de subjetivação diz simultaneamente o Fort-Da, o está e o não está, o que será sempre negado pelos adultos. Não se trata mais do que se apresenta para a percepção, mas do modo de se constituir sujeito. Logo, como se aprende neste livro de Suzana Pons Antunes, o estrangeiro é constitutivo de qualquer subjetividade, pois a transparência subjetiva é da ordem do impossível. Habitados permanentemente pelo estranho, os sujeitos precisam dialogar com o trauma, que todos vivenciamos e transmitimos, ainda que desconhecendo-o.
Especificação: Os caminhos do trauma: em Nicolas Abraham e Maria Torok
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