Ora, bolas!: a inusitada história do chiclete no Brasil
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Ora, bolas! – a inusitada história do chiclete no Brasil
A história dos Estados Unidos no século XIX é a história da criação de novas mercadorias e novas necessidades. No limite, confunde-se com a própria história do capitalismo até os dias de hoje.
Por isso, quando o dentista William Semple patenteou a goma de mascar em Ohio em 27 de Julho de 1869, ele abriu as portas para a produção em massa de uma mercadoria estranha, um alimento que não podia ser engolido, uma resina que precisava ser apenas mascada e jogada fora. Era, afinal, o chiclete.
Ao longo dos anos, o chiclete tornou-se um fetiche do capitalismo. Uma mercadoria sem função aparente, que agregou diferentes formas de utilização ao longo dos anos: era bom para a saúde, exercitava as mandíbulas, limpava os dentes, auxiliava na digestão, acalmava adultos e crianças.
Foi Thomas Adams (1818-1905) que ajudou a formar os mitos modernos sobre o chiclete, transformando um hábito mexicano num dos produtos símbolos do capitalismo americano do século XIX, fundando a American Chicle Company. A companhia cresceu, precisou de funcionários e máquinas, transformando-se durante a Segunda Guerra Mundial, com a vitória dos aliados, num símbolo do “american way of life”.
Sobre o autor: Gonçalo Junior é jornalista e adora escrever sobre subcultura, explorar historicamente assuntos que muita gente acha que são coisas de nerd, mas que estão na memória de formação de todos nós, como quadrinhos, cinema, revistas de sexo, artes gráficas e chicletes, principalmente entre as décadas de 1930 e 1970. Leva tudo isso a sério e explora esses temas sob o ângulo da censura e da repressão política. É autor dos livros A Guerra dos Gibis (Companhia das Letras), Enciclopédia dos Monstros (Ediouro), País da TV (Conrad), O Homem-Abril (Opera Graphica) e Maria Erótica (Peixe Grande), entre outros.
Especificação: Ora, bolas!: a inusitada história do chiclete no Brasil
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