O Brasil no espectro de uma guerra híbrida:
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O Brasil no espectro de uma guerra híbrida –
O Brasil no espectro de uma guerra híbrida, de Piero C. Leirner
2ª edição
Militares, operações psicológicas e política em uma perspectiva etnográfica
O antropólogo Piero C. Leirner trata de um tema novo em sua obra, a assim chamada Guerra Híbrida, e o modo que ela está sendo realizada no Brasil.
Não se trata de uma guerra clássica, com fogo, mas de uma guerra que visa sobretudo a captura e neutralização de mentes. Suas bombas são antes de tudo informacionais, visam causar dissonâncias cognitivas e induzir as pessoas a vieses comportamentais: percepção, decisão e ação passam a trabalhar a favor de quem ataca. Seu objetivo último é o que se chama nas teorias desse tipo de guerra de uma dominação de espectro total. Essa ideia de totalidade está no âmago da Guerra Híbrida: não há mais a separação entre guerra e política, ou tempo de guerra/tempo de paz; todos passam a ser, voluntária ou involuntariamente, combatentes; e não se vê exatamente nem seu princípio, nem seu fim.
A hipótese central aqui levantada é que o Brasil foi, e é, um laboratório onde este modelo foi aplicado. O caso aqui estudado leva a um dos protagonistas principais desta forma de guerra e sua estratégia: um certo grupo de militares, operações psicológicas e o modo como isso se disseminou na política. O resultado, que vai muito além da eleição de 2018, é a dissonância generalizada que impera no Brasil hoje, que aqui segue um dos conceitos centrais da Guerra Híbrida a cismogênese, ou seja, a criação de divisões sociais com o objetivo de impossibilidade qualquer pacto social.
Novidades da 2ª edição
Nesta segunda edição de O Brasil no Espectro de uma Guerra Híbrida, além de revisões pontuais, apresentamos o acréscimo de 16 páginas que foram agregadas ao longo dos capítulos.
Não se trata de uma inserção com dados do que aconteceu no Brasil após o final de 2019 – o texto original foi escrito no segundo semestre deste ano – pois isto será objeto de uma outra análise, mas de pontos que não foram contemplados na 1ª edição e que esclarecem questões que mereciam uma discussão mais detalhada.
O destaque está em dois pontos fundamentais: em primeiro lugar no detalhamento de como a cibernética foi também uma matriz intelectual para as teorias da guerra híbrida que foram construídas mais de 50 anos depois; em segundo lugar, em como a “guerra ao terror”, após o 11 de Setembro, infletiu em um ponto crucial para entendermos o que se passou no Brasil recentemente, que foi a ligação entre o direito e as teorias militares que passaram a observar um novo tipo de inimigo, resultando na guerra híbrida.
Respectivamente, hoje, estes pontos se conectam de maneira bastante clara tanto naquilo que se vê como uma guerra informacional e cibernética quanto no papel que o Judiciário tem no cenário político e militar brasileiro. Como se poderá ver, estes foram caminhos para pontos obscuros que nos atormentam diariamente, como hackeamentos, o papel da urnas eletrônicas na desestabilização das eleições e as ligações de setores do Estado com agências do “estado profundo” norte-americano.
Sobre o autor: Piero C. Leirner é Doutor em Antropologia pela USP e Professor Titular do departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFSCar. Estuda temas relacionados aos militares, guerras e hierarquia desde o começo da década de 1990.
Especificação: O Brasil no espectro de uma guerra híbrida:
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