Nem uma lágrima: teatro épico em perspectiva dialética
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Nem uma lágrima – teatro épico em perspectiva dialética
O crime de lesa-humanidade do capitalismo não é ter criado uma sociedade materialista em que se desejam bens de consumo, mas tê-la organizado de modo a impedir que a maioria tenha acesso aos bens que produz. Nós somos pela saciedade e contra a fome em todos os âmbitos, inclusive o da cultura.Por outro lado, por mais que se empenhem os interessados na preservação do estado de coisas, estes não têm como impedir por muito mais tempo a manifestação da cultura, da arte e da crítica dialéticas, que já estão por todo o lado e empenhadas, com igual ou maior energia, em forçar a sociedade a confrontar seu próprio conceito. Por isso combatem, às vezes com legítima fúria, obras e opiniões críticas que continuam afirmando falsidades como harmonia, liberdade de espírito, vida, indivíduo e seu cortejo de ilusões conexas. A crítica dialética tem o compromisso de levar a não verdade à consciência de si onde quer que ela se manifeste.É quando ele prazerosamente se deixa rebaixar aos papéis de propagandista daquilo que permanece aferrado às convenções, e de censor de tudo o que foge a elas, ainda mais feroz se a obra expuser alguma não verdade. Consuma-se então a antiga falta de caráter de um ofício que participa do amplo trabalho de tecer o véu das aparências.
Especificação: Nem uma lágrima: teatro épico em perspectiva dialética
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