Nem toda viúva chora:
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Nem toda viúva chora –
Nem toda viúva chora posiciona o leitor diante de uma temporalidade fragmentária: o presente não se constitui como imagem precisa, o passado é confrontado por aquilo que poderia ter sido e não foi, e o futuro permanece informe e latente. Aqui, uma viúva – substantivo que já a define sempre em relação a um homem morto – desfaz uma superfície de expectativas em relação ao luto e potencializa a cor roxa das paredes, os incêndios, as visitas ensolaradas e a companhia das xícaras de chá. Trata-se, portanto, de um modo de afirmar-se por meio das próprias e íntimas maneiras de sentir não só a falta, mas também o tempo, o corpo, a vida e o mundo.
“Ainda que a personagem não seja amistosa ou submissa, seu escape à norma — e é preciso que nos perguntemos qual norma — é uma resposta menos hesitante a si mesma: quanto custa, afinal, a vida que desmorona feito um castelo de cartas, ela se pergunta. Na barganha, constrói barricadas, muralhas e despropósitos, sua própria vinheta. O vestígio do cheiro de tinta, do cheiro de colo, do cheiro da morte segue como se a levasse ao esconderijo na floresta, um fio simbólico que lhe custa a decomposição de um mundo que funcionava. Na lacuna e no silêncio, organicamente, a vida seguia seu fluxo, com o devido espanto cultivado diante das suas boas coisas. Até que.” (Julie Fank)
Especificação: Nem toda viúva chora:
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