Não vão nos matar agora:
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Não vão nos matar agora –
“Como desfazer o que me tornam?” Com esta e tantas outras indagações, Jota Mombaça aponta horizontes que vislumbram a importância de existir e performar em meio às feridas deixadas pelo colonialismo. Não vão nos matar agora é um espaço de experimentação, fazendo da palavra e do corpo ferramentas de crítica, potência e combate. As reflexões forjadas neste livro testemunham uma produção de conhecimento original e interdisciplinar, permeada por tensões permanentes em que a autora busca repensar o mundo como o conhecemos, propondo alternativas e transformações rumo ao novo. Trata-se, pois, de afirmar a resistência dos corpos vigiados por sistemas de controle. Corpos — e corpas — que seguem de pé apesar das adversidades de um ambiente dominado por padrões opressivos, pela obsessão em rotulá-los e negá-los, na inútil tentativa de capturá-los.
“Eu me lembro de trabalhar como se estivesse correndo. Correndo rumo a uma ilusão de conforto e estabilidade, a tentar salvar-me de coisas das quais não posso ser salva. E eu também lembro de trabalhar como se eu pudesse alcançar a velocidade necessária para cruzar pontes ainda não erguidas; como se, correndo, eu pudesse existir entre mundos assimétricos.”
A publicação inaugura a coleção Encruzilhada, da Editora Cobogó, que, com coordenação de José Fernando Peixoto de Azevedo, doutor em Filosofia e professor da ECA/USP, pretende ser um panorama de títulos de autores nacionais e estrangeiros que abarcam temas contemporâneos como o antirracismo, os feminismos e o pensamento descolonial. Autores que refletem o presente buscando lançar luz sobre como os processos, na medida em que são enfrentados, compreendidos e transformados mudam a percepção histórica.
Sobre a autora:
Jota Mombaça nasceu em Natal, em 1991, e vive e trabalha entre Fortaleza, Lisboa e Berlim. Através da performance, da ficção visionária e de estratégias situacionais de produção, pretende ensaiar o fim do mundo, tal como o conhecemos, e a figuração do que virá depois que destituirmos a pauta do colonialismo moderno de seu pódio. Em 2020 concluiu uma residência artística na prestigiosa Pernod Ricard Fellowship, em Paris e realizou o filme O que não tem espaço está em todo lugar, a convite do Instituto Moreira Salles. Em setembro de 2021, inaugurou a exposição individual Atravessar a Grande Noite Sem Acender a Luz, no Centro Cultural São Paulo. No mesmo ano, participou das coletivas Rethinking Nature, no Museo Madre, em Napoli, PoetArtists/ArtistPoets, no MIF, em Manchester, e Illiberal Arts, no HKW, em Berlim. Mombaça fez parte, ainda, da 34ª Bienal de São Paulo, Faz Escuro Mas Eu Canto e da Bienal de Sydney, ambas em 2020, além de ter participado da Bienal de Berlim, em 2017-2018 e da Bienal de São Paulo, em 2016. Entre 2021 e 2023, participa de uma residência artística na Rijsakademie, em Amsterdam.
Especificação: Não vão nos matar agora:
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