Malandros, marginais e vagabundos: a acumulação social da violência no Rio de Janeiro
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Malandros, marginais e vagabundos – a acumulação social da violência no Rio de Janeiro
O objetivo deste estudo é propor uma abordagem para os problemas envolvidos nas representações contemporâneas da violência urbana no Brasil, tomando a cidade do Rio de Janeiro, no final do século XX, como universo de pesquisa. Este estudo sustenta que a atual e abrangente percepção social de uma generalização da criminalidade violenta nessa cidade não começou apenas no anos 1980, mas antes, e que sua vinculação à extensão, organização e força de atração do tráfico varejista de drogas no Rio de Janeiro, exige uma melhor compreensão histórico-social das condições em que se deu a recepção à maior oferta de drogas a partir de meados dos anos 1970.
Este estudo propõe a categoria de “acumulação social da violência” com essa finalidade, discutindo três de suas dimensões: a “continuidade”, a “antiguidade” e as “metamorfoses” dos padrões de sociabilidade e de práticas criminais que constituíram, em diferentes ciclos, especialmente no mais recente, uma “cultura do medo” ou um “fantasma social”.
Ao percorrer a trajetória histórica dessa acumulação, o estudo propõe o conceito de “sujeição criminal” para diferenciar a incriminação eventual da constituição de tipos sociais de incriminados regulares, vinculados à pobreza urbana, à desnormalização do individualismo e às suas diferentes relações com a polícia. As representações desses tipos sociais distinguem-nos históricamente mas ao mesmo tempo articulam-nos, na prática, através de uma variada condensação de suas características, nas figuras do “malandro”, do “marginal” e do “vagabundo”. A relação entre a sujeição criminal e as redes de policiais que apropriam-se privadamente dos meios de incriminação, seja para a prática do extermínio, seja para a extorsão dos bandidos também passou por uma acumulação específica, que terminou produzindo uma sobreprosição de mercados ilícitos, o varejo de drogas e de “mercadorias políticas”, no ciclo mais recente. Ao final o autor propõe um modelo analítico que resume o conjunto de sua argumentação.
Especificação: Malandros, marginais e vagabundos: a acumulação social da violência no Rio de Janeiro
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