Invisível: como evito ser vista e onde prefiro ser e estar

Invisível – como evito ser vista e onde prefiro ser e estar

Invisível – como evito ser vista e onde prefiro ser e estar é uma declaração de amor à vida ofertada após diversos atravessamentos experimentados pela autora, que encontra força terapêutica para prosseguir e ascender especialmente por meio das relações com o mundo espiritual. Mariana de Aguirre Nassif é filha de Iansã iniciada há quatro anos, mãe da Clara, sobrinha de tantas Marias maravilhosas numa família de mulheres mágicas que norteiam boas direções. “São essas as tias as pessoas que provocam fagulhas nas relações pelas quais tenho predileção – as íntimas, potentes, entregues, cheias de ciganias e nuances, plurais como o feminino que em mim, mas não apenas em mim, foi desde sempre tão machucado. Me firmei neste lugar há pouco, mas venho há tempos sendo amparada por essa rede, curada por estas e outras pessoas que existem entre aqui e acolá, e o primeiro livro dá conta de imprimir e adicionar oração ao tamanho que isso teve, é minha graça por estar aqui, assim, começando a falar nisso tudo.”

“Isso tudo” são as voltas após os mergulhos profundos na umbanda e candomblé, impressos no livro de estreia como ode; o caminho de visita às curas de um abuso sexual infantil que nasce, depois de um ano, no segundo da trilogia de publicações – Dulce, a menina amarga e finda em Quem eu sou desde que você chegou, previsto para 2024, sobre o compromisso com algo superior desde a gravidez na adolescência como fio condutor de bons viveres. Assuntos contemporâneos narrados sob a ótica psicanalítica da estudante de psicologia transpessoal que, não por acaso, escolheu a autoficção como caminho literário: “Sinto um sopro de oportunidade pra limpar feridas purulentas com o auxílio das palavras escorrendo teclado abaixo, colocando cada letra em seu devido lugar”, pragueja.

O livro que apresenta Mariana como escritora traz breves contos e alguma poesia em formato pequeno, justo para levar por aí, e é delicadamente ilustrado por Beatriz Cancián, que traduziu a intensidade que permeia as feituras da autora neste mundo de cá.