Gêmeos, subjetividade e narcisismo: especificidades interferentes

Gêmeos, subjetividade e narcisismo – especificidades interferentes

“Mas como são parecidos!” Quantas vezes não dissemos isto diante de gêmeos idênticos? A mesma noção de “semelhança” figura no título de livros, artigos e filmes sobre o tema, e na maneira pela qual eles mesmos frequentemente falam de si. O que significa ao certo esse termo? Eis a questão que guia a pesquisa de Ilcea Borba Marquez. Flutuando entre a igualdade e a diferença, a semelhança é a um só tempo modo de associar percepções e ideias, categoria lógica, e molde para toda uma gama de experiências subjetivas que afetam tanto os gêmeos quanto os que com eles convivem. Baseando-se no relato autobiográfico de duas mulheres, num caso clínico por ela atendido e num documentário de Chico Teixeira, bem como em lendas da mitologia e na análise de alguns costumes e crenças vigentes em sociedades primitivas, a autora nos conduz pelos meandros do narcisismo, da identificação, da angústia e do Édipo. Ao final do estudo, conclui que “a experiência do nascimento duplo revela-se como uma dificuldade particular que se apresenta aos gêmeos na aquisição da identidade, sem contudo a impedir.” Agora que vem à luz na forma de livro, a investigação aqui apresentada – que recebeu a nota máxima ao ser defendida como dissertação de mestrado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP – certamente se mostrará útil para diversos públicos: professores e estudantes de Psicologia, educadores.