Flores invisíveis:
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Flores invisíveis –
Neste envolvente Flores invisíveis, seu romance de estreia, Valéria Midena nos convida a caminhar com Rosa, empregada doméstica que vive e trabalha em
São Paulo, por algumas décadas – entrar na vida dela, vibrar e envelhecer com ela, chorar por ela. Por meio de uma escrita potente e sensível, fatos, reflexões e
memórias – apresentados primeiro pela perspectiva de Rosa, depois pela percepção de seu filho Chico – se entrelaçam de maneira não linear, compondo a história dessa mulher.
Mineira de Curvelo, Rosa se vê obrigada a deixar a família aos dezesseis anos para acompanhar Zé Pedro na busca por uma vida melhor (afinal, “lugar de mulher é do lado do marido”). A mudança traz saudade, tristeza, dor. Traz também o filho e a viuvez. Traz muito trabalho. E um destino.
Permeada por elementos da política e da cultura popular brasileira, a narrativa se utiliza das circunstâncias psicológicas, familiares, sociais e profissionais da protagonista para tecer afetos, religiosidade, diferenças, escolhas, conflitos e desejos, e assim falar da complexidade do ser humano.
Rosa é plural como tantas outras Rosas: traz no corpo e na alma as marcas da labuta da empregada doméstica, e escancara as frágeis relações e assimétricas condições de vida das mulheres que trabalham em casas de outras mulheres.
Mas Rosa diferencia-se de outras Rosas pelo silêncio impenetrável com que tece a própria vida, pela rotina normalizada, pelo esgotado vínculo com o único filho.
Ela acredita, confessa: “a vida é assim – vai acontecendo e a gente vai vivendo”.
Flores invisíveis é um livro sobre gente, gente comum, com muita história para contar. É um retrato da mulher que aguenta dificuldades e resiste no urbano
tão desigual. E é provável que o leitor se reconheça em alguns dos acontecidos narrados; no entanto, não deve se iludir: o real foi recortado, reinventado, habita
o mundo da ficção.
Ana Brêtas
Especificação: Flores invisíveis:
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