Ensaios de teoria crítica, ética e psicanálise: a formação do sujeito contemporâneo em questão
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Ensaios de teoria crítica, ética e psicanálise – a formação do sujeito contemporâneo em questão
Se há uma unidade possível, vislumbrável somente a poste-riori, no que tange ao coniunto de artigos que ora apresentamos ao leitor, esta unidade deve ser buscada na exposição de um proble-ma, o qual, de certa forma, motivou e dirigiu as incursões teóricas por mim realizadas nas últimas duas décadas. Trata-se da relação estabelecida entre uma perspectiva filosófica gestada a partir de um programa de pesquisa interdisciplinar levado a cabo pelos pioneiros do Institut für Sozial-forchung, de Frankfurt, e a teoria psicanalítica de Sigmund Freud.
Relação esta que havia sido enunciada por Max Horkheimer já em seu pronunciamento por ocasião da posse da direção daquele Instituto em 1935. Conforme a visão de Horkheimer à época tratar-se-ia de incorporar à filosofia os avanços obtidos por intermédio do desenvolvimento das ciências burguesas. Somente que essa in-corporação, ao menos no que se refere à Psicanálise, não se efetivou sem que novos, e intrincados, problemas viessem à tona. Não é provável que se possa extrair da obra de Freud algo como uma filosofia da história. Mas, se esse fosse o caso, então, ela teria certamente uma feição negativa. E, enquanto tal só poderia operar no interior de uma Teoria Crítica da sociedade de índole marxista na qualidade de um motivo contrapontista.
No espírito da Alemanha dos anos 20, fortemente marcado pelo tom das vanguardas artísticas eu-ropeias, sobretudo pelo Expressionismo, a relação teórica entre o marxismo e a Psicanálise, relação isenta de quaisquer pretensões de síntese soava conforme o diapasão da época. Não será desse lugar, nem daquela época, que tomarão forma os novos problemas aos quais aludimos há pouco; mas antes da continuidade histórica mediante a qual interrogamos a trajetória possível de uma sociedade que, enquanto objetivação humana, prossegue o terceiro milênio à sombra das grandes catas-trofes que pontuaram de maneira indelével o século XX. Eventos históricos que impuseram ao pensamento uma desconfiança permanente acerca do alcance de nossa própria compreensão.
Sobre o autor: Luiz A. Calmon Nabuco Lastória doutor em Psicologia pela Universidade de São Paulo e professor livre docente pela Universidade Estadual
Paulista. Atua como pesquisador junto aos Programas de pós-graduação de Educação Escolar e de Educação Sexual na mesma instituição. É vice-líder dos Grupos de Estudos e Pesquisas: Teoria Crítica e Educação e Teoria Crítica: Tecnologia, Cultura e Formação (CNPq). Publicou Ética, estética e cotidiano (1994) e Psicologia sem ética? – uma reflexão histórica e filosófica da Psicologia (2004).
Especificação: Ensaios de teoria crítica, ética e psicanálise: a formação do sujeito contemporâneo em questão
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