Antologia poética da imigração lusófona:
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Antologia poética da imigração lusófona –
O imigrante é uma pessoa à deriva, em busca de ilhas do capitalismo nas quais possa viver melhor? Não será ele sempre tratado nestas ilhas como o estrangeiro incômodo, o pobre, o escuro, o ignorante, pela mesma cultura colonialista que um dia explorou os recursos e as gentes da terra de onde veio? O imigrante compreende melhor a sua terra através das distâncias oceânicas da saudade? Explorado num mercado de trabalho que só lhe concede a parte bruta e mal paga do sistema produtivo, não seria melhor estar ele entre a sua gente, que pelo menos não o olha “de fora”? O que ama, o que pensa, o que sublima o imigrante sob o peso do racismo, da xenofobia, da misoginia, em seu exílio, voluntário ou não? Em sua pesquisa de doutoramento no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Lucas Augusto da Silva fez-se estas e muitas outras perguntas. Tinha por propósito aprofundar-se no discurso dos imigrantes, para trazer à luz seus aspectos históricos, culturais e sociais. Optou, em determinado momento, por conhecer também aquela face do discurso que talvez esteja menos condicionada pelo aparato repressor das “verdades” fabricadas: a poesia, com seu ímpeto verbal intuitivo, lírico, trágico, transversal. Abriu um edital para poetas imigrantes lusófonos, espalhou panfletos e cartazes em várias cidades de Portugal e acabou amealhando 102 poemas. Em fins de 2019 me procurou, perguntando-me se não queríamos publicar o patchwork poético, que é também um estudo sociológico e um sismógrafo dos profundos movimentos que abalam a alma lusófona. Concordei de imediato. A resposta a todas aquelas perguntas cabe agora ao leitor procurar.
Marcos Pamplona
Especificação: Antologia poética da imigração lusófona:
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