A vingança de Tocqueville: a importânicia do bom debate
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A vingança de Tocqueville – a importânicia do bom debate
A “vingança” que Fabio Giambiagi nos oferece à leitura se apresenta como hipótese amarga ao final de um longo percurso histórico. A jornada começa nos anos 1930, marcada a ferro e fogo por Getúlio Vargas, e nos traz até 2024, colocando-nos em estado de alerta.
A trama de eventos e personagens constituintes da nossa realidade é descrita e analisada em profundidade. Além de lançar luz sobre o que aconteceu, o livro nos provoca à reflexão do que seríamos hoje como país, não fossem as decisões equivocadas, as oportunidades perdidas, as discussões inúteis, as manipulações populistas.
Por exemplo, o clichê histórico de que nossos problemas se devem a inimigos externos, uma forma ardilosa de contornar problemas internos. Giambiagi nos mostra que esse “inimigo externo” está presente na carta-testamento de Vargas, em JK, Jânio, Brizola ou na tosca formulação de Bolsonaro quanto a uma lunática ameaça comunista. E, finalmente, em Lula, com o antiamericanismo vulgar ao qual teima em recorrer quando está em dificuldades.
O propósito do livro é bem realizado pelo autor que, com alma e suor, a ele se dedicou. O resultado condensa a visão, conhecimento e reflexão de quatro décadas de vivência e estudo sobre nossos ciclos econômicos e políticos.
No texto, além do economista, estão atributos de quem, no exercício do “quase jornalista”, desenvolveu formas de alcançar o leitor, sem, no entanto, perder substância e rigor. A narrativa é densa e instigante, mas a leitura flui.
“Sabemos por experiência que é mil vezes mais fácil reconstruirmos os fatos de uma época do que a sua atmosfera espiritual.” (Stefan Zweig, em O Mundo de Ontem) A reconstituição do espírito da época é uma das virtudes do texto de Giambiagi.
Especificação: A vingança de Tocqueville: a importânicia do bom debate
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