A terceira manhã:

A terceira manhã –

Agrupadas em duas partes,uma contendo treze contos e a outra intitulada “A tripla estrela” com três contos,as narrativas de A terceira manhã apresentando uma problemática diversificada explicitam determinadas preocupações que as situam no contexto da literatura brasileira contemporânea. Sem apelar para um narrador pós-moderno aquele que observa friamente os acontecimentos que narra como um repórter de jornal mas aproveitando-se das potencialidades do foco narrativo descentrado do narrador descentrado que multiplica as perspectivas de olhar/narrar e que compartilha o espaço no qual articula a sua voz com outras vozes audíveis e inaudíveis Cleise Furtado Mendes privilegia os diálogos intertextuais as apropriações as migrações discursivas os processos de reversão cultural procedimentos estes que se alicerçam em uma concepção de linguagem de escrita que pressupõe a encenação de forças antagônicas. São os processos de mobilização de forças em conflito que deflagram as tramas da escrita cuja produção adquire um caráter extraordinário isto é está fora da dimensão ordinária das vivências cotidianas porque implica em um gesto radical que traz conseqüências imponderáveis para o sujeito que escreve ou que lê.