A mão e a argila: teatro, dança, performance – O laboratório das impraticabilidades
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A mão e a argila – teatro, dança, performance – O laboratório das impraticabilidades
Por suas possibilidades de investigação sobre si mesmo, e de sua natureza dialética cíclica e infindável, o processo de criação artística pode assumir uma relação aproximada a algumas práticas de autoconhecimento. Em vários sentidos — vamos nos deter em algumas delas ao longo dos textos —, o processo criativo poderia ser correlacionado a procedimentos como a meditação e o yoga. O que inverteria, curiosamente, a seta do processo de “descoberta” da obra como um objeto externo e poderia fazer do autor — em alguns momentos e sob alguns ângulos — o próprio objetivo a ser desvelado.
Ao se dar conta dessa possibilidade, o artista envereda por uma trilha que o levará a caminhos de processos cada vez mais profundos, mas também solitários, e cada vez mais ricos. O caminho do escultor de si mesmo é um caminho eminentemente solitário. Ninguém o fará por ele. Por isso, seja lá qual for a técnica ou a tradição que o artista encontra para que sua expressividade ganhe vida fora de si, o processo criativo é um caminho não apenas subjetivo, mas, principalmente, solitário.
Nesse caminho de idas e vindas entre a obra e si mesmo, o artista foi presenteado pelos deuses com a possibilidade rara de estar em contato constante, não apenas com sua criação, e com os meios, técnicas e ferramentas que lhe serão necessários, mas também com seu ponto de partida íntimo, subjetivo. É um privilégio poder, durante o caminho da criação, olhar para trás e vislumbrar a estrada percorrida e, quem sabe, o local de partida. Somente aquele que peregrina conhece o seu destino e a sua casa.
Especificação: A mão e a argila: teatro, dança, performance – O laboratório das impraticabilidades
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