A jornada acadêmica:
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A jornada acadêmica –
Muitos questionam-se sobre a legitimidade das múltiplas leituras realizadas por quem tem deficiência visual total, a cegueira. Refletindo sobre essa prática, a minha prática cotidiana, levantei as questões de estudo desta pesquisa; inquieto-me com a situação daqueles que não têm acesso à escrita Braille, não seriam eles excluídos do processo de leitura? E quais as vantagens de um universitário que não tem acesso direto à leitura, aquele que é percebido como um “leitor-ouvinte” na academia? Aí surge a maior das indagações: por que não ser um discente leitor em meio a tantos recursos tecnológicos que permitem o acesso com maior facilidade a produções de textos em Braille? Ao discutir a questão de como se dá a relação de graduandos cegos com o contato da leitura, de fato, nas instituições públicas de ensino superior, foi necessário ir ao encontro desses educandos, visando a melhor entender tal processo. Para responder às questões da pesquisa, além do levantamento bibliográfico e do diálogo desse referencial com as políticas públicas de inclusão de estudantes com deficiência visual (cegos) no ensino superior, analisamos narrativas de experiências acadêmicas de graduandos com deficiência visual total. Levantamos as condições de aprendizagem de estudantes universitários cegos que, durante sua vida acadêmica, tiveram ou não acesso à leitura Braille. Percebemos que a inquietude pelo ato de ler não se restringe à decodificação das palavras,
mas, sobretudo, na compreensão daquilo que elas trazem na sua essência: a significação de seus símbolos adquirido nas pontas dos dedos. Assim como quem lê com os olhos, o sistema Braille nos permite entrar em contato com os símbolos linguísticos em sua plenitude, assim, podemos identificar com a ponta dos dedos os significantes que nos remetem a diferentes significados.
Especificação: A jornada acadêmica:
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