A arte como encantaria da linguagem:
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A arte como encantaria da linguagem –
O imaginário amazonense analisado pelo Prof. Dr. João de Jesus Paes Loureiro, pesquisador da Cultura Amazônica As encantarias amazônicas são uma zona transcendente que existe no fundo dos rios, correspondente ao Olimpo grego, habitada pelas divindades encantadas que compõem a teogonia amazônica. É dessa dimensão de uma realidade mágica, que emergem para a superfície dos rios e do devaneio, os botos, as iaras, a boiúna, a mãe do rio, as entidades do fundo das águas e do tempo. Esses prodígios poetizam os rios, os relatos míticos, o imaginário, a paisagem – que é a natureza convertida em cultura e sentimento.Toda a riqueza desse imaginário amazonense é analisada pelo Prof. Dr. João de Jesus Paes Loureiro – poeta, pesquisador e professor de Estética e de Cultura Amazônica na Universidade Federal do Pará –, em A arte como encantaria da linguagem, 36o volume da Coleção Ensaios Transversais, que o selo Escrituras publica desde 1997.Segundo Paes Loureiro, “Na Amazônia, inventamos nossos mitos encharcados de poesia para podermos viver na desmedida solidão de rios e florestas. Mitos de encantados que são o próprio recolhimento da palavra no sagrado dos mitos, até que a palavra se torne, ela mesma, o sagrado que se mostra na poesia. Estou certo de que se nós, poetas, cada vez mais compreendendo que a dimensão mítica é essencial à poesia – como os sacerdotes do deus do vinho, no poema de Hölderlin -, haveremos de continuar na errância de terra em terra, de tempo em tempo, pela noite do sagrado. Pela noite mais do que sagrada de uma página em branco”.Segundo o Prof. Michael Maffesoli, da Universidade de Sorbonne-Paris, “na obra de Paes Loureiro, a mitologia reaparece como a linguagem própria da fábula, que flui como produto de uma faculdade natural, levada pelos sentidos, pela imaginação e pela descoberta das coisas. Nesse procedimento – de uma verdadeira metafísica poética – o impossível torna-se possível, o incrível apresenta-se crível, o sobrenatural resulta em natural. Quer dizer, trata-se de um estado poético que evola do devaneio, da livre expansão do imaginário”.A Coleção Ensaios Transversais, coordenada pelo Prof. Nílson Machado, da Faculdade de Educação da USP, trata de temas que articulam reflexões teóricas e ações cotidianas, em busca do que se poderia caracterizar como uma Scientia Activa, um debate aberto, que transcenda a mera reiteração de ecos e contribua efetivamente para a negociação e a partilha de significações. Tal fusão de horizontes é condição de possibilidade para um acordo no discurso, fundamental para a construção da cidadania.Temas deste volume: Poéticas do mito – Estética e semiologia – Cultura Amazônica.
Especificação: A arte como encantaria da linguagem:
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