Eros no campo aberto:
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Eros no campo aberto –
Em plena madrugada, duas pessoas conversam em uma praça esquecida da cidade. Uma delas acende um cigarro enquanto a outra manipula uma garrafa de Coca-Cola como se a estudasse minuciosamente. Nesse ponto, cria-se um espaço de partilha e promessa. Cada palavra carrega em si o peso de um corpo, corpo este que vive em sociedade, que sente, que se relaciona, que explora o mundo, que zela pelo outro.
Esse espaço, que confronta e desfaz qualquer sinal de cinismo, é exatamente aquele habitado pelos poemas de Ana Botner. Os versos esticam o discurso, apresentando o que de ternura e violência há debaixo de cada palavra, conversa e promessa.
Este é um livro que caminha para uma explosão, que abala as estruturas do presente e faz abrir uma fenda para o porvir, descartando todos os prognósticos de que ele, talvez, não exista ou de que a história acaba agora. Há uma promessa nessa praça e, independentemente do resultado, ela indica que esses corpos estão prontos para desafiar o tempo.
“Nesse jogo de analogias e correspondências entre as coisas e os elementos (que poderia ser apenas banal), os poemas de Ana ultrapassam qualquer noção preconcebida de erotismo e propõem a inauguração intermitente desse campo aberto: um nome próprio confunde-se com um topônimo (Ítalo, Pequena Itália); uma cidade (o Rio) é um universo em expansão, caótico e abafado, onde apenas uma íntima e discreta frieza o afronta. Entre símbolos afetivos da herança judaica e a destruição televisionada da Palestina; entre aquele nunca-mais e um sempre-ainda, ou, como ela mesma escreve, certa ‘obsessão/ pelo momento exato entre o/ ‘cedo demais, tarde demais’/ da morte’ (p. 51).” (Marcelo Reis de Mello)
Especificação: Eros no campo aberto:
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