Jessé Andarilho – A escrita, a cultura e o território:
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Jessé Andarilho – A escrita, a cultura e o território –
Cabeças da Periferia revela, através de entrevistas, o universo e as ideias de artistas-ativistas, e como seus projetos e ações reinventam os territórios. Em Jessé Andarilho, a escrita, a cultura e o território, somos apresentados a esse escritor e ativista, dono de uma lábia envolvente, que nos narra sua infância e adolescência no conjunto habitacional de Antares, no bairro de Santa Cruz, Rio de Janeiro, a relação conflituosa com a escola, o universo da pichação, as rodas de rima e a leitura como ferramenta de transformação. As ideias de Jessé a respeito de cidade e sociedade esclarecem e surpreendem. Contador de histórias nato, ao destrinchar a Zona Oeste da cidade, território de boa parte de suas histórias, ele apresenta uma leitura original e cheia de camadas da nossa sociedade, despertando a curiosidade do leitor e fazendo com que saia de sua zona de conforto e pense fora da caixa. Jessé teve sua vida transformada pela literatura. É através dela que provoca pequenas revoluções. Em seus livros, Jessé fala de personagens comuns e suas vidas incomuns, desvelando a potência de sua escrita.
Nesta conversa com Jessé Andarilho, participaram os comentadores convidados Julio Ludemir, fundador da Flup, e Rôssi Alves, acadêmica e pesquisadora de manifestações artísticas urbanas, e a editora Isabel Diegues.
“As pessoas costumam dizer pra mim: ‘Caraca, Jessé, você saiu de Antares pro mundo.’ E eu costumo dizer de volta: ‘Cara, Antares faz parte do mundo.’ Por que eu vou valorizar mais Paris do que Antares, do que Paciência, do que o Cesarão? Por que eu vou contar história de Copacabana e Ipanema, se eu posso contar de Antares?” – Jessé Andarilho
Sobre Jessé Andarilho:
Jessé Andarilho nasceu no bairro do Lins, em 1981, e cresceu em Antares, conjunto habitacional popular criado no início dos anos 1970 na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Antes de se dedicar a contar histórias, Jessé trabalhou nas mais diversas atividades. Despertou para a leitura e a escrita quando leu No coração do comando, de Julio Ludemir, onde pôde reconhecer uma narrativa que lhe era familiar. Escreveu seu primeiro livro de forma nada convencional, no bloco de notas do celular durante as viagens de trem entre Santa Cruz e a Central do Brasil. Com diversos textos e dois romances publicados, Fiel (Objetiva, 2014) e Efetivo variável (Alfaguara, 2017), seus contos integram coletâneas como Conta forte, conta alto: contos inspirados nas canções de Martinho da Vila (Funarte, 2018), 90 anos de malandragem: contos inspirados nas canções de Bezerra da Silva (Funarte, 2018), Lulalivre, Lulalivro (Perseu Abramo, 2018), entre outros. É criador do Marginow – das margens para o agora –, que promove saraus, batalhas e vídeos de poesia marginal de 1 minuto nas redes sociais.
Sobre Marcus Faustini:
Marcus Faustini é carioca, cria do Cesarão, em Santa Cruz, Rio de Janeiro. Sua sede por cultura motivou, desde cedo, seus constantes trânsitos e deslocamentos pela cidade do Rio de Janeiro, que resultaram no livro Guia afetivo da periferia (Aeroplano, 2009), em que narra suas memórias de juventude na periferia carioca. Bacharel em Teatro pela CAL, Faustini é também cineasta e criador da Agência de Redes para a Juventude, uma metodologia que desenvolve lideranças jovens de periferias do Rio e da Inglaterra com o objetivo de criarem projetos que impactem seus territórios. Com a coleção Cabeças da Periferia, Faustini se debruça sobre a produção de artistas-ativistas vindos de periferia e favela, e busca debater com eles suas criações, seu universo e seus territórios de atuação.
Especificação: Jessé Andarilho – A escrita, a cultura e o território:
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