Condenados:
R$55.00
Condenados –
Era um dia como outro qualquer nos laboratórios da USP. Estudantes e professores analisavam amostras de sangue de pessoas que participavam dos testes para uma nova vacina. Tudo estava saindo conforme o planejado. A fase de testes em roedores foi um sucesso, deixando todos animados com essa nova descoberta, que poderia, enfim, dar uma nova esperança para portadores do HIV. Enfim, a humanidade teria a cura da AIDS.
Alguns dias após as primeiras doses serem administradas, todas as pessoas que receberam a nova vacina adoeceram. Começou com uma febre leve, que logo evoluiu para uma temperatura corporal tão elevada que causava alucinações. Dores lancinantes nas articulações, vômito recorrente, hemorragia interna, coma e morte.
Assim que o primeiro paciente faleceu, os testes da vacina foram encerrados e começaram as autópsias para analisar o que estava acontecendo, já que os testes em animais haviam sido promissores. O pânico real da equipe de cientistas começou quando o primeiro falecido voltou à vida. Ele não era mais uma pessoa. Abriu os olhos e começou a se movimentar aos poucos, chocando todos os legistas e estudiosos presentes.
Uma das alunas aproximou-se para verificar o pulso do paciente, mas não teve tempo de se espantar por não sentir nada sob sua pele. O morto a encarou, com os olhos revirando nas órbitas, e segurou seu braço, puxando-a e mordendo ferozmente sua jugular. A pobre moça caiu morta quase que imediatamente. Seu algoz logo levantou-se, com sangue e pedaços de pele e músculo caindo de seus lábios, e avançou em direção à próxima vítima. As pessoas começaram a correr, desesperadas. Não sabiam o que estava acontecendo, mas não ficariam ali para descobrir.
Em poucos minutos, alguns retardatários na fuga viram a aluna levantar-se, e fizeram menção de ir até ela, mas notaram algo anormal em sua forma trôpega de se mover. Quando ouviram um som gutural saindo de sua garganta rasgada, perceberam que ela não era mais a doce estudante que sonhava em salvar vidas com suas pesquisas. Ela agora era uma fera, como a que tinha causado sua morte.
Depois do episódio, a vida não seria mais a mesma em todo o país, a infecção se espalhou exponencialmente por todos os estados. A pedido da OMS, as fronteiras foram fechadas por imposição da ONU. A quarentena tinha por objetivo entender o que estava acontecendo, para que se pudesse trabalhar no desenvolvimento de uma cura, além de estudar uma forma de resgatar os sobreviventes.
Lista de contos:
Aine Ventotto – O Engarrafamento na Avenida Rio Verde
Aline Cristina Moreira – Dificuldade
Ana Rosa – Meu Melhor Amigo
Anderson Rodrigues – O Que Fazemos Por Amor
Ariel N. Vovchenco Júnior – Seguindo a Canção
Berg Morazzi – Bom Dia, Chefe
Brenda Farias – Arca dos Vivos
Carlos Barth – Pronunciamento do Presidente
Débora Araújo – Os Monstros do Armário Despertam
Diego Quadros – O Instinto Materno
Fábio Machado de Almeida – O Resgate de Felícia
Felipe Pires de Oliveira – Mãe
Filipe Tasbiat – As Pacas
Flufy – Até O Fim
Gabriel Nunes – Sobrevivendo
Gisele Wommer – Viver e Estar Vivo
Heidi Ferreira da Costa- Faça o que Puder
Ícaro Rodriguez – Ducha
Julia Rietjens – De Sem Teto a Sem Vida
Karina Cruz – Tudo Certo, Nada Resolvido
Laura Araújo- Dias Contados
Leonardo Bastos – Mãos Errantes
Luís R. Krenke – Maria-Fumaça
Maria Lua de Andrade Valentim – Kaktos
Miguel Alencar – Paz, Pão e Terra
Nunes Pedroso – Poesia à Beira do Fim
Pedro Guerra Demingos – Cabala
Rafaela Camilo – Sozinha
S. Guerra – Pense Numa Coisa Boa
Thomas P. Boettcher – Papai Esqueceu O Açúcar
Victor Dias – A Fuga
Vinícius Bim – Quando Um Homem Torna a Ser Garoto
Willian Douglas Fernandes – Os Mortos Não São Vaidosos
Especificação: Condenados:
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