Caderno de desdenho:
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Caderno de desdenho –
Santiago apresenta, em Caderno de Desdenho, o melhor de sua produção dos últimos 30 anos, com desenhos inéditos e muitos publicados em revistas e jornais. Dentre 100 premiações em salões nacionais e internacionais, 16 cartuns vencedores selecionados constam desta obra comemorativa. Desdenhando a pompa e a circunstância, com irreverência nata, Santiago é um artista conectado às questões sociais e sempre alerta contra as injustiças e as artimanhas de intimidação por parte dos poderosos.
Afinal, se o rei está nu, alguém precisa registrar com qualidade e excelência.
Frepácio
do Bonifácio
Humor é desdenho,
quer que eu desenhe???
Eu desdenho com muito empenho:
da hipocrisia e sua miopia,
do cinismo sem abismo,
das convenções da sociedade com maldade,
do preconceito sem respeito
e do ódio de qualquer jeito.
Da concentração de riqueza e sua torpeza,
das ditaduras, disfarçadas ou puras,
do pensamento fascista
e seus genéricos histéricos,
das babaquices em geral (e as do general!).
Do racismo, primo irmão do banditismo,
da homofobia e seu cão guia,
que é o machismo assassino,
seu amado concubino.
Do adepto leonino da terra plana – o cretino –
e das burrices consagradas, aceitas e empedradas.
Da direita sempre estreita, com sua péssima receita,
que só com os ricos deita, nos palácios, com suspeita.
Das teocracias de más crias, que só vingam
na bacia da ignorância vazia, tudo que a má fé ansia.
Do pieguismo sem lirismo, com sua baba melosa
que gruda tal qual ventosa, como lente cor de rosa.
Do consumo suicida sufocado em tanta tralha
que a tudo imundicia, emporcalha, caga na mesa e na toalha,
que vai tomando o jeito suspeito de um pano de mortalha.
Enfim – o humor é vida, de alegria bem prenha,
e a essa não se desdenha,
nem sequer se baixa a lenha,
como a vaca que se ordenha!!!
Santiago
SANTIAGO nasceu Neltair Abreu, em 1950, na cidade que lhe emprestou o pseudônimo Santiago que antigamente foi “Santiago do Boqueirão” na quase fronteira com a Argentina. Estudou Arquitetura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Trabalhou por dez anos na Folha da Tarde, para o Coojornal (Cooperativa dos Jornalistas), Pasquim, revista Bundas, jornal Pasquim 21, jornal O Interior, jornal O Estado de S. Paulo, Jornal do Comércio e desenha atualmente para o jornal Extra Classe e revista Le Monde Diplomatique Brasil. Editou 18 livros de humor gráfico, sete destes com o seu personagem, o gauchinho Macanudo Taurino.
Foi premiado oito vezes no concurso do jornal Yomiuri Shimbun de Tóquio, sendo em uma ocasião o Grand Prix, o prêmio máximo, concorrendo com 16 mil desenhos do mundo inteiro. Venceu cinco vezes o Salão de Piracicaba e, em 1992, foi presidente de honra do certame. Ganhou por vinte vezes o prêmio de melhor charge editorial da Associação Rio Grandense de Imprensa. Obteve o prêmio do Salão de Cartuns do Canadá em 1987 e na Alemanha em 1983. Arrebatou o primeiro lugar no Salão de Humor Antiguerra, na Bulgária em 1987. Premiado duas vezes no Salão Carioca de Humor em 1997 e 2008. Em 1987, a revista especializada em humor gráfico, Witty World, dos Estados Unidos, colocou seu nome entre os dez melhores do mundo, junto com Quino, Aragonés, Sempé e Mordillo. Possui originais no Museu da Caricatura em Basiléia, Suíça. Dedica-se também à história em quadrinhos, sua paixão desde sempre. Já publicou contos vivenciados em Causos do Santiago (Zarabatana, 2013) e A menina do Circo Tibúrcio (Libretos, 2016).
Especificação: Caderno de desdenho:
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