O trem e a cidade:
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O trem e a cidade:
E eu pretendo descarregar minha alma sobre as pessoas e expressá-la de todo. É isso que minha vida significa para mim: estou à mercê dessa coisa, e é fazer ou morrer.(…) É por isso que acho que vou ser um artista. As coisas que realmente importam calaram no espírito e deixaram sua marca — às vezes um sorriso peculiar; às vezes a morte, às vezes o cheiro de dentes-de-leão na primavera… certa vez Amor. Irei a todos os lugares e verei tudo. Conhecerei todas as pessoas que puder. Pensarei todos os pensamentos, sentirei todas as emoções de que for capaz, e escreverei, escreverei… Thomas Wolfe Thomas Wolfe é um autor invulgar, sob muitos aspectos. Escreveu toda sua obra em doze anos, como prevendo a morte prematura aos 38, e não produziu pouco. Editou dois romances, um livro de contos, outro de ensaio, deixando, no entanto, vários inéditos que vieram à luz postumamente: mais dois romances, nova coletânea de histórias curtas. Professor, boêmio, viajante voltado para a Europa (bolsista da Guggenheim), pôde no entanto frenético trabalhar. A obra que nos legou também reflete as condições em que foi realizada. A par das suas grandes linhas, as ilusões da infância e juventude perdidas no mundo adulto e adverso, o instintivo exuberante em contraste com a repressão puritana, o jogo de luz e sombra, um pessoal, outro exterior, temos a denunciar-se fora destas largas dimensões um artesão meio tosco, sujeito a quedas bruscas, desordenadas em rompantes de lirismo, exaltação e retórica. Apesar do que, assim complexo ou contraditório, se alçou ao plano mais elevado de sua época. Talvez pelo sentido épico, na sua indisfarçável redução. Tão idealista ou sensorial quanto elementar e violenta. Ricardo Ramos Thomas Clayton Wolfe nasceu na cidade de Ashville, Carolina do Norte, Estados Unidos, em 3 de outubro de 1900. Sua obra costuma ser incluída na categoria de “ficção que está em busca da realidade” ou que apresenta um caráter romântico em conflito com a realidade. Escreveu quatro longos romances, além de vários contos, trabalhos dramatúrgicos e novelas. É conhecido por misturar prosa extremamente original, poética, musical e impressionista com a escrita autobiográfica. Seus livros, escritos e publicados dos anos 20 aos anos 90, refletem vividamente sobre a cultura americana e demais temas do período, embora filtrados pela perspectiva sensível, sofisticada e super-analítica de Thomas. E eu pretendo descarregar minha alma sobre as pessoas e expressá-la de todo. É isso que minha vida significa para mim: estou à mercê dessa coisa, e é fazer ou morrer.(…) É por isso que acho que vou ser um artista. As coisas que realmente importam calaram no espírito e deixaram sua marca — às vezes um sorriso peculiar; às vezes a morte, às vezes o cheiro de dentes-de-leão na primavera… certa vez Amor. Irei a todos os lugares e verei tudo. Conhecerei todas as pessoas que puder. Pensarei todos os pensamentos, sentirei todas as emoções de que for capaz, e escreverei, escreverei… Thomas Wolfe
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