Maracatu à paraibana: no baque virado das encruzilhadas
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Maracatu à paraibana – no baque virado das encruzilhadas
Este trabalho é resultado de uma longa pesquisa na qual analisei o Maracatu Pé de Elefante, tido e havido como único maracatu nação da Paraíba na atualidade, buscando entender sua relação com a espiritualidade e as religiões afro-brasileiras, problematizando a questão das próprias categorias dos maracatus de baque virado, i.e., “maracatus nação” e “batuques ou maracatus laicos”, além da linha que separa essas categorias, observando as conexões político-sociais-religiosas do Pé de Elefante e sua constante reinvenção e ressignificação no conjunto dos maracatus na Paraíba. Busquei considerar as origens do Maracatu enquanto manifestação religiosa oriunda dos terreiros a partir da diáspora africana e sua propagação como manifestação cultural e linguagem musical que transborda para fora dos terreiros. Posteriormente, analisei o Maracatu Pé de Elefante, situado no campo dos maracatus de baque virado, sendo consagrado no então terreiro Ilê Axé Xangô Ogodô e Tenda do Caboclo Sete Flechas. Nesse aspecto, fez-se necessário compreender a história e o lugar do referido terreiro, bem como a trajetória de sua liderança religiosa, Pai Beto de Xangô. Com base nesse percurso, foi possível analisar a reinvenção e a ressignificação da tradição por meio do Pé de Elefante, traçando um paralelo com os demais baques virados presentes no estado da Paraíba na época, na perspectiva de dimensionar a zona fronteiriça entre esses, dentro de um contexto no qual a hibridação cultural ancora e redimensiona estruturas, práticas culturais, sociais e políticas no arcabouço do ethos comunitário e religioso.
Especificação: Maracatu à paraibana: no baque virado das encruzilhadas
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